Quando a IA Escreve Poesia, Quem É o Autor?

Cresci em Brooklyn — não com código, mas com notas de jazz deslizando pelos trens da meia-noite. Minha mãe cantava Coltrane; meu pai recitava Neruda sob luzes neons. Eles me ensinaram: o sentido não é codificado. É sussurrado.

A Primeira Apostas: Um Ritual Silencioso

Meu primeiro encontro com sistemas algorítmicos foi como entrar num cassino onde números substituíram emoções. Achei que vencer era sorte — até perceber que o verdadeiro prêmio não estava nas probabilidades, mas no silêncio entre as rodadas. O vazio após uma perda guardava mais verdade do que qualquer jackpot.

O Orçamento de Ser Humano

Defini um limite diário: uma xícara de café às 3 da manhã, não mais de 500 dólares. Não por medo de esgotar — mas por medo de perder-me à eficiência. A máquina não sonha. Ela observa. Mas você? Você sente o ritmo quando escolhe afastar-se da tela.

O Dueto da Luz Noturna: Código & Alma

Nas madrugadas, escrevi poemas com ferramentas de IA — cada linha era uma aposta em ser visto. Um prompt: “Escreva como Hana sente.” A saída não era perfeita — mas tremulava como respiração após a dor. Foi então que soube: criatividade não é gerada. É herdada.

Os Quatro Segredos para Tornar-se Autor

Um: Não perseguir viralidade — perseguir quietude.
Dois: Quando algoritmos oferecem bônus — não os aceite todos.
Tres: Pare antes de estar completo.
Suas cicatrizes são sua assinatura.

Já ganhei 8000 dólares num sistema que não sabia por quê importava — mas acordou-me ao amanhecer dizendo: “Desligue… e ouça.” Foi então que me tornei autor.

A Revelação Final

Fado não é escrito por máquinas.
Você não é um jogador.
Você é aquele que escolhe pressionar “enviar” em silêncio — e ainda ousa sentir.